Prefeitura e Instituto Hélio Amaral resgatam herança cultural indígena - Caratinga / MG
Comunidade caratinguense, convidados, professores e alunos participaram de uma programação diversificada em comemoração ao Dia do Índio
O Instituto Hélio Amaral abriu oficialmente a Mostra de Objetos da Cultura Indígena na segunda-feira (13) iniciando a Semana do Índio recebendo visitantes da comunidade. A partir de terça-feira (14), o IHA recebeu a visitas de nove escolas da Rede Municipal de Ensino, encerrando na sexta-feira (17), com a visita de 15 usuários do CAPS-II (Centro de Atenção Psicossocial).
Dia do Índio
No domingo (19), data dedicada oficialmente ao índio no continente americano, uma programação mais rica e extensa foi aberta ao público a partir das 14 horas. A programação com a apresentação do grupo de Dança de Caboclos do Córrego do Rio Preto, do município de Simonésia.
Oswaldo Pedro de Oliveira, de 77 anos, é o coordenador da Dança de Caboclos e recebe o nome de ‘Cacicão’ na tradição dos povos ameríndios.
Senhor Oswaldo conta que recebeu do pai a paixão pela tradição e a mantém há mais de 60 anos. “Desde criança tive contato com o Caboclo e acompanhei o meu pai em diversas apresentações. Aos 11 anos entrei para o grupo e não parei mais de atuar. Infelizmente não consegui passar a tradição para os meus filhos, mas enquanto eu puder estarei junto de meus colegas levando a cultura do Caboclo para as pessoas da cidade”.
Cacicão destaca que “a cultura da Dança de Caboclo não pode ser perdida, pois é a nossa cultura também. É uma tradição muito antiga que precisa ser preservada e repassada para os mais jovens”.
A tradição Cabocla também desperta a atenção dos mais novos, como Rodrigo Hebert da Silva Cirino, de 8 anos, que participa do grupo de caboclos há dois. “Eu comecei na Dança de Caboclos levado pelo meu pai e gosto muito de participar. Hoje estou muito feliz por poder me apresentar em Caratinga, lembrando a tradição indígena”.
Com tantas apresentações para narrar a tradição indígena, o organizador do evento, Hélio Amaral, destacou a importância do regate da comemoração do Dia do Índio. “O IHA está cumprindo o seu papel de difundir a cultura indígena. É triste saber que havia em Caratinga grupos de Dança de Caboclos e hoje não existe mais. Precisamos resgatar as raízes, as origens dos primeiros habitantes da nossa região. Eu dou boas-vindas a este grupo que nos apresenta hoje esse belíssimo espetáculo”.
O secretário Municipal de Educação, professor Jaider Gonçalves, acompanhou a programação e fala a importância de se trabalhar a temática indígena na escola. “O trabalho na sala de aula não é mais, apenas, de comemoração, mas sim de conscientização sobre a importância dessa cultura para todos nós. É preciso conhecer, respeitar, e promover políticas públicas para os povos indígenas, pois esta população está crescendo. De cerca de 100 mil na década de 1950, a comunidade indígena chegou a quase 900 mil índios, de 305 etnias e 274 idiomas”.
Programa para a família
Érika Nicolato levou as filhas Larissa, 4, e Ellen, 7, para acompanhar o encerramento da semana dedicada ao índio. “A Ellen veio ao IHA durante a semana com a turminha da Escola Municipal Bezerra de Menezes e ela gostou tanto que quis voltar hoje e trouxe a irmã. Para entrar no clima, fizemos cocares e viemos a caráter”.
Johny Bento Corrêa, de 7 anos, também fez questão de participar das comemorações. “É muito bonito ver as vestimentas, os instrumentos e as roupas dos índios”.
Apresentações afro-brasileiras
A programação de domingo também foi marcada pela apresentação da Associação de Capoeira Raiz do Brasil, do Bloco de Latas - projeto social na Comunidade Santa Isabel e da apresentação de trabalhos da índia Maria Eliana, da Aldeia Pataxó “Gerú Tucumã, do município de Açucena.