Projeto CEREJA – Centro Regional de Educação de Jovens e Adultos: Porque ser EJA é um direito - Curitiba / PR
A modalidade da Educação de Jovens e Adultos é uma das prioridades do
atual governo e chegar a uma taxa de alfabetização próxima a 100% é uma meta da
Secretaria Municipal da Educação de Curitiba (SME). De acordo com dados do IBGE
(2010), em Curitiba, há aproximadamente 30 mil pessoas analfabetas pelas mais
variadas razões, e cerca de 40 mil jovens entre 18 e 29 anos que, apesar de
alfabetizados, não concluíram o Ensino Fundamental. Quanto mais pessoas
instruídas/escolarizadas, melhor o desenvolvimento da sociedade. As pessoas
escolarizadas têm mais autonomia, acesso a informações, são valorizadas
profissionalmente, adquirindo, também, mais qualidade de vida.
O intuito deste projeto, portanto, é ampliar o atendimento às reais
necessidades destas pessoas. A SME mapeou a cidade e localizou os pontos onde
há uma maior concentração de pessoas não escolarizadas para desenvolver
políticas educacionais específicas por meio de centros de atendimento em cada
uma das regionais da cidade.
O Projeto CEREJA pensou nestes centros, como política educacional voltada
a jovens, adultos e idosos, para ampliar a estrutura da EJA e possibilitar
maior acesso à escolarização. Para além do acesso, há a preocupação em promover
a permanência e a continuidade dos estudos. Por isso, os CEREJAs contemplam
todas as especificidades possíveis encontradas na educação de jovens e adultos:
EJA fase I (1º ao 5º ano); PROJOVEM Urbano (Programa Nacional de Inclusão de
Jovens entre 18 e 29 anos, possibilitando escolarização de todo o ensino
fundamental, participação cidadã e qualificação profissional); EJA Fase II (6º
ao 9º ano) e Ensino Médio através das APEDs (Ações Pedagógicas
Descentralizadas) em convênio com a Secretaria de Educação do Estado.
Pensando na qualidade do atendimento, os CEREJAs proporcionam o acesso a
diversas ações/atividades disponíveis no município e importantes ao público
jovem, adulto e idoso a que se destina. Tais ações ocorrem através de parcerias
com outras secretarias e/ou órgãos municipais que levam ao público da EJA
diversas atividades, informações e serviços. Ações como o SINE Móvel; palestras
da Secretaria Extraordinária da Mulher, da Secretaria do Trabalho e Emprego e
da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) levando informações sobre direitos
previdenciários e trabalhistas, entre outros; cursos de qualificação
profissional promovidos pela FAS (Fundação de Ação Social) através do PRONATEC
e Rede Mobiliza; atividades culturais promovidas pela Fundação Cultural de
Curitiba.
O diferencial na proposta destes centros regionais está na inserção da
sala de acolhimento, espaço que promoveu a permanência dos/as estudantes nas
turmas, tendo em vista que permite que os/as mesmos/as possam deixar seus/as
filhos/as sob os cuidados de um professor(a) enquanto estudam. A sala de
acolhimento proporciona um ambiente pedagógico agradável e lúdico acolhendo as
crianças no período de aula dos seus pais.
O público da EJA em Curitiba constitui-se basicamente de adolescentes,
jovens, adultos e idosos (com 15 anos ou mais) aos quais foi negado o direito à
educação, seja pela falta de vagas, oportunidades, constantes reprovações,
cultura ou pelas condições socioeconômicas desfavoráveis a que viviam/vivem
submetidos. Trata-se de pessoas que de uma forma ou de outra são marcadas pela
exclusão e para as quais a EJA se constitui na retomada de uma dívida social.
Atualmente, a Secretaria Municipal da Educação oferta a EJA em 62 escolas
da Rede Municipal de Ensino contando com: 85 turmas e 1518 estudantes
matriculados na EJA fase I; 12 turmas e 438 estudantes matriculados na EJA fase
II; 11 turmas e 600 estudantes matriculados no Projovem Urbano.
Eixo
Educação para a Sustentabilidade e Qualidade de VidaObjetivos
Desenvolver políticas educacionais específicas para o atendimento a jovens,
adultos e idosos, de forma a alcançar e possibilitar maior acesso à
escolarização por meio de centros de atendimento em cada uma das regionais da
cidade, ofertando serviços básicos, qualificação profissional, escolarização e
a participação cidadã.
Cronograma
2013:
implementação do 1º CEREJA na Escola Municipal Enéas Faria na regional Cajuru.
2014: implementação de mais 3 (três)
unidades CEREJA: na Escola Municipal Dona Pompília e Escola Municipal Helena
Kolody – Regional Tatuquara e Escola Municipal Colombo - Regional do Bairro
Novo.
2015: implementação do 5º CEREJA na
Escola Municipal Rachel Mader - Regional Cajuru.
Resultados
Na perspectiva de resultados positivos obtidos estabeleceram-se parcerias
com diferentes instituições (SESI, SENAC, IFPR, UFPR, SEED, MEC, SMELJ), postos
descentralizados de serviços básicos referentes à emissão de documentos, entre
outros, que possibilitaram a ampliação e a durabilidade dos resultados, pois
por meio destas ações de política social articuladas e integradas com a
política educacional atendeu--se a algumas necessidades do público alvo destes
centros.
Estas ações associadas à oferta das salas de acolhimento, nas quais as/os
mães/pais podem deixar seus/as filhos/as para serem atendidos por professores
no momento de suas aulas, foram organizadas visando o fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários, tendo como resultado o aumento
significativo no número de matrículas e diminuição do índice de evasão escolar.
A
evasão nos anos iniciais da EJA vem caindo progressivamente. Era de 34% em dezembro
de 2012 e em abril de 2014 caiu para 17%. As salas são espaços muito próximos
às salas de aula dos adultos o que garante que a família possa estar reunida na
escola. Como na maioria dos casos as aulas da EJA acontecem a noite devido ao
trabalho diurno dos adultos as salas de acolhimento incentivam ao estudo em
especial as mães que não teriam com quem deixar os filhos para dedicarem-se ao
estudo e que hoje compõem 60% do público atendido na EJA. A diversidade de
brinquedos, o contato com as crianças de diferentes idades o afeto da
professora, além da garantia de estar próximo aos pais tem se tornado
importantes incentivadores para o aprendizado dos adultos responsáveis.
Quadro Comparativo da Evolução de Atendimento nos
Centros Regionais 2013-2016
UNIDADE |
2013 |
2014 |
|||||||
EJA I |
PROJOVEM |
APEDs |
SALA DE ACOLHIMENTO |
EJA I |
PROJOVEM |
APEDs |
SALA DE ACOLHIMENTO |
||
EM
SENADOR ENÉAS FARIA |
30 |
60 |
50 |
90 |
29 |
120 |
75 |
23 |
|
*EM
DONA POMPÍLIA |
39 |
120 |
x |
x |
48 |
120 |
95 |
40 |
|
*EM
HELENA KOLODY |
53 |
x |
x |
x |
62 |
x |
140 |
17 |
|
*EM
COLOMBO |
28 |
x |
x |
x |
23 |
x |
x |
12 |
|
**EM
RACHEL MADER |
31 |
30 |
x |
x |
29 |
30 |
x |
x |
|
TOTAL GERAL |
181 |
210 |
50 |
90 |
191 |
270 |
310 |
92 |
|
441 ESTUDANTES |
90 crianças |
771 ESTUDANTES |
92 crianças |
||||||
UNIDADE |
2015 |
2016 |
|||||||
EJA I |
PROJOVEM |
APEDs |
SALA DE ACOLHIMENTO |
EJA I |
PROJOVEM |
APEDs |
SALA DE ACOLHIMENTO |
||
EM
SENADOR ENÉAS FARIA |
29 |
38 |
90 |
18 |
33 |
25 |
140 |
17 |
|
*EM
DONA POMPÍLIA |
56 |
52 |
120 |
16 |
62 |
47 |
104 |
36 |
|
*EM
HELENA KOLODY |
48 |
36 |
120 |
18 |
57 |
25 |
271 |
34 |
|
*EM
COLOMBO |
23 |
18 |
21 |
12 |
30 |
15 |
56 |
15 |
|
**EM
RACHEL MADER |
35 |
15 |
x |
12 |
44 |
25 |
72 |
39 |
|
TOTAL GERAL |
191 |
159 |
351 |
76 |
226 |
137 |
643 |
141 |
|
701 ESTUDANTES |
76
crianças |
1006 ESTUDANTES |
141
Crianças |
Instituições Envolvidas
Prefeitura Municipal de Curitiba - Secretaria Municipal da
Educação/Coordenadoria de Políticas Educacionais para Jovens e Adultos
Contatos
Coordenadoria de
Políticas Educacionais para Jovens e Adultos – COPEJA
(41)
3254-2398/3350-3173 – e-mail: [email protected].
Fontes
ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2000.
BRASIL. Secretaria – Geral da Presidência da República. Secretaria
Nacional da Juventude - Manual do Educador: Orientações Gerais/ [organização:
Maria Umbelina Caiafa Salgado; Revisão Ortográfica: Rafael Paixão Barbosa] –
Brasília: Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem Urbano,2012. 216:
il. – (Coleção Projovem Urbano)
______. Secretaria – Geral da Presidência da República. Secretaria
Nacional da Juventude - Relatório Final do Projovem Original, 2005-2008/
Secretaria Geral, Secretaria Nacional de Juventude. – Brasília: Secretaria
Nacional de Juventude, 2010. 125 p.: il.
DENARI, Fátima Elisabeth. “Universo e destinação de adultos com
deficiência mental: respostas institucionais a seus direitos e cidadania”. In
MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos Martins – [et al.] organizadores. “Inclusão:
compartilhando saberes”.5.ed. – Petrópolis, / RJ:Vozes,2011.
DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Prefeitura
Municipal de Curitiba, Secretaria Municipal da Educação, Gerência de Educação
de Jovens e Adultos. Curitiba, 2012.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
GADOTTI, Moacir. Educação de Adultos como Direito Humano -- São Paulo:
Editora e Livraria Instituto Paulo Freire. 2009. (Instituto Paulo Freire. Série
Cadernos de Formação; 4)
IBGE. Censo Demográfico 2010, Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 2010.
MEC/PRONATEC. Disponível em: <http://pronatec.mec.gov.br/>. Acesso
em: 29 de maio de 2013.