Reserva do Bugio - Curitiba / PR
A
proposta prevê a criação da categoria de unidade de conservação,Refúgio de Vida
Silvestre, categoria de manejo de unidade de conservação (UC) do grupo de proteção
integral, nível três da União Mundial para Conservação da Natureza (UICN), em
acordo com a Lei n.º 8.985/00 e o roteiro proposto para criação de UCs
Municipais.
O Refúgio de Vida Silvestre do Rio Iguaçu/ Foz Barigui, "Reserva do Bugio", tem na
sua concepção a proteção de áreas marginais de parte do rio Barigui, em direção
a sua foz, onde encontra o rio Iguaçu, abranger diferentes composições da
Floresta Ombrófila Mista e conectar fisicamente outras unidades de conservação
e também contribuir para mitigar inundações e enchentes.
O
estabelecimento deste refúgio incrementa 837 hectares de área, o que significa
um acréscimo de 64% a mais em relação ao total de unidades de conservação (UC)
de proteção integral. Esta área protegida, de manejo indireto, se constitui na
maior área de conservação restritiva da historia do município, como também a
maior nacionalmente em área urbana desta categoria.
Para
a criação desta UC, foram realizadas etapas cientificas e técnicas para sua
proposição perimetral, sendo que as atividades situadas nos limites propostos,
em acordo com legislação, não apresentam óbice para sua criação em acordo a
categoria de manejo sugerida.
Para
o traçado foram consideradas áreas naturais como os maciços vegetais, as
Unidades de Conservação, as áreas de várzea, as áreas com cavas, a ocorrência
de fauna ameaçada de extinção e a Lei Municipal n.º 9805/2000, que instituiu o
Anel de Conservação Sanitário Ambiental.
A
sua criação e posterior implantação como “Corredor Ecológico”, somado a outras
UCs contíguas, permitirá sua gestão como mosaico de conservação, e desta forma,
possibilitará que Curitiba e em especial a região Sul do município, receba e
passe a pertencer como área de relevância no sistema municipal de unidades de
conservação, colaborando de forma destacada no auxílio de resguardar recursos
hídricos estratégicos, ecossistemas da Floresta Ombrófila Mista e a prestação
de serviços ambientais para suas comunidades.
O
local abriga a maior área da cidade com araucárias e protege 112 espécies de
aves e 20 espécies de mamíferos como a Lontra (Lontra longicaudis) e o Bugio (Alouatta
guariba). Entre as aves, foram observadas: Biguá, Ananaí, Garça-branca,
Gavião Carijó, Beija-flor, entre outras. Na região também são comuns aves
típicas de áreas úmidas (várzeas) como garças, socozinho, saracuras, narcejas,
mergulhão, biguá, frango d'água, marrecas, tapicuru-de-cara-pelada, pernilongo
e jaçanã.
A
vegetação na área da Reserva do Bugio é caracterizada pelas matas ciliares e
várzeas do Rio Iguaçu e seus afluentes, além de capões da Floresta Ombrófila
Mista (Mata de Araucária). Nesta região, foram identificadas as espécies que
compõem este tipo de floresta como a Araucária, o Branquilho, Pinheiro Bravo,
Tarumã, Aroeira, entre outras.
São
8 milhões de metros quadrados, conciliando áreas públicas com o uso da terra
pelos proprietários das áreas particulares. A Reserva do Bugio contribui para a
formação de reservas nos dois municípios limítrofes (Araucária e Fazenda Rio
Grande), formando o primeiro mosaico metropolitano do Brasil, com 1800 hectares
de área preservada.
Eixo
Bens Naturais ComunsObjetivos
Objetivo geral:
Conservação
da paisagem, de porção das áreas da planície de inundação, dos ecossistemas
envolvidos em destaque, as áreas denominadas “várzeas”, bem como os demais
aspectos bióticos e seus serviços ambientais inclusos, como a qualidade da água
e prevenção para desastres ambientais como os alagamentos e enchentes.
Objetivos específicos:
-
Proteger os recursos
hídricos e a mata residual representativa da vegetação da Floresta com
Araucária, os campos úmidos ou de inundação e as florestas de galeria ao longo
das várzeas dos cursos d’água;
-
Proteger e recuperar
as áreas de preservação permanente (APP) ao longo do leito principal do rio
Barigui e parte do Iguaçu e seus afluentes;
-
Recuperar a vegetação
das margens com plantas nativas para evitar o assoreamento, impedindo o
estabelecimento de processos erosivos e consequentemente o carreamento de
sedimentos em direção ao fundo dos vales adjacentes;
-
Combater o
estabelecimento e a propagação de espécies exóticas invasoras;
-
Regulamentar as
atividades antrópicas na área visando à sustentabilidade ambiental, social e
econômica;
-
Propiciar as
condições necessárias para a preservação de espécies vegetais e animais
representativas nesta área;
-
Regular o uso dos
recursos naturais no interior desta área;
-
Amenizar os impactos
e danos relacionados a enchentes e inundações;
-
Preservar e promover
a beleza cênica da área;
-
Proteger ecossistemas
com potencial para oferecer oportunidades de visitação, aprendizagem,
interpretação, educação, pesquisa e recreação, compatíveis com a conservação da
natureza;
-
Estimular o turismo e
a geração de emprego e renda;
-
Proteger ambientes
naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de
espécies ou comunidades da flora e da fauna residente ou migratória;
-
Realizar o
monitoramento ambiental permanente e pesquisas científicas;
-
Fomentar um Corredor
Ecológico Urbano, em Curitiba e região metropolitana limítrofe ao Refugio de
Vida Silvestre;
-
Estabelecer vínculos
sociais e alianças de gestão com a sociedade envolvida.
Cronograma
2013 – Elaboração da proposta.
2013 –
20 de dezembro, Primeira Consulta Pública, em Curitiba, de acordo com o que
dispõe a Instrução Normativa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
– ICMBio n.º 5 de 15 de maio de 2008.
2014 –
12 de Fevereiro, Segunda Consulta Pública, em Curitiba, de acordo com o que
dispõe a Instrução Normativa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
– ICMBio n.º 5 de 15 de maio de 2008.
2015
– 28 de Maio, Inauguração do Refugio.
Resultados
-
Na Primeira Consulta Pública, realizada no auditório da Administração Regional
do Pinheirinho, estiveram presentes 85 pessoas.
-
Na Segunda Consulta Pública, realizada na Paróquia Santana, estiveram presentes
228 pessoas.
-
Criação do Refúgio por meio do Decreto Municipal n.º 327 de 28 de março de
2015.
- O
Refúgio contribui para a formação de reservas nos dois municípios limítrofes
(Araucária e Fazenda Rio Grande), formando o primeiro mosaico metropolitano do
Brasil.
- O
prefeito ganhou o Troféu Prêmio Gestor Público (2014) pela criação da Reserva
do Bugio, maior Unidade de Conservação Integral de Curitiba e a maior em
ambiente urbano do Brasil na categoria “Refúgio de Vida Silvestre”.
Instituições Envolvidas
-
Prefeitura Municipal de Curitiba
-
Secretaria Municipal do Meio Ambiente
-
Prefeitura de Araucária
-
Prefeitura de Fazenda Rio Grande
Contatos
Cláudia
Regina Boscardin
Fontes
Decreto
Municipal n.º 327 de 28 de março de 2015.
Parecer Técnico - Ref.: Criação da unidade de conservação Refúgio de Vida Silvestre do
Rio Iguaçu/ Foz Barigui